terça-feira, 23 de junho de 2020

Capítulo 2

          Os anos foram se passando, sete anos pra ser mais preciso, e eu já contava vinte e cinco anos, estava cursando a faculdade de Letras na UFRJ, Português-Russo, morava com meu pai e minhas duas irmãs na Tijuca e o desejo de encontrar com a minha alma gêmea continuava certamente. Nesta época, eu já havia me tornado espírita e muitas coisas já me tinham sido esclarecidas como as reencarnações, a lei de Causa e Efeito, a necessidade de se fazer a reforma íntima, de fazermos a caridade e a ascendência moral e espiritual que o Mestre Jesus exerce sobre todos nós neste planeta. E foi durante este período que eu tive mais um sonho esclarecedor sobre a minha alma gêmea. Neste sonho, eu estava em uma sala de projeção de filmes junto com duas amigas. E nesta tela passava um filme de amor entre duas almas gêmeas. O casal havia se conhecido ainda criança e eles brincavam alegremente na casa do menino, os pais deixavam as duas crianças brincarem livremente até a exaustão e que eles dormissem juntos em um sofá, ele apenas de cuequinha e ela de calcinha. Em um determinado momento a menina se engraçava inocentemente para o menino e tocava-lhe os órgãos genitais, ele se levantava do sofá rapidamente e gritava com ela. Ela então, se arruma e vai embora, e antes que a porta se fechasse, podíamos perceber as lágrimas escorrerem por entre os olhos da menina. Neste momento o filme acaba, as minhas colegas saem da sala de projeção e vão embora e eu ficara naquela sala sozinho, olhando para a tela do filme agora desligada e escura. E então fiquei me perguntando: “Acabou? Ora, como poderia acabar um filme assim?! Cadê o casal?!” E foi então que fenômeno singular aconteceu comigo dentro daquela atmosfera de sonhos, eu fora sugado para dentro da tela do filme e passara para o outro lado. Fora levado até a Praia da Urca, que no lado dos sonhos era linda, arborizada e cheia de pais com seus filhos pequenos banhando-se nas águas serenas daquela aprazível praia, um recanto paradisíaco sem ondas fortes que permitiam aos pais darem instruções aos seus filhos sobre a vida e suas devidas lições. Em um determinado momento, eu vi se aproximar da margem da praia, uma linda menina de seus vinte anos aproximadamente e ela parecia chamar um lindo rapaz com a idade similar à sua. E eles haviam se reconhecido, deram-se as mãos e seguiram pela praia de mãos dadas felizes e contentes, e eu no momento em que quis seguir-lhe os passos, um outra mão forte me impedira, dizendo-me com acento suave e firme da voz a grande lição daquele sonho maravilhoso e educativo: “Como você pode ver, André, o amor das almas gêmeas é tão forte que nada poderá separá-las”, ainda naquele sonho, eu fora levado por aquele anjo em pleno voo pelas ondas da praia, avistara gaivotas e golfinhos e acordava com lufadas de ventos suaves sobre as nuvens a baterem no meu rosto!

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